Narrativa surpreendente conta a ascensão do fascismo sob a ótica de Mussolini
O romance M, o filho do século conta em trama eletrizante a história de Mussolini e sua ascensão de agitador político a líder do fascismo sob a perspectiva do ditador e de seus íntimos, durante o período de 1919 até 1925. Valendo-se de vasta base documental, Antonio Scurati traz uma narrativa totalmente calcada na realidade, porém elaborada com os recursos que fazem com que o leitor entre na mente dos grandes personagens da ascensão do fascismo, compreenda todo o clima da época e assista a tudo como se lá estivesse.
Muitas vezes irônico, ácido e — por que não? — irreverente, Scurati brinda o leitor com uma premiada obra-prima que em diversos momentos assume ares de roteiro de filme. Mas nem por isso o autor atenua fatos ou banaliza atrocidades. Ao aproximar o leitor de um dos maiores ditadores do século XX, mostrando também seus percalços, mazelas e habilidades, Scurati revela como a história é definida por pessoas em última análise comuns, com o consentimento — ou ignorância — de pessoas comuns.
Nascido em Nápoles, em 1969, Antonio Scurati
é professor de literatura comparada e escrita criativa na Universidade de
Comunicação e Línguas (IULM) de Milão. É colunista do Corriere della Sera e já ganhou os principais prêmios de literatura
na Itália. Estreou em 2002 com Il rumore
sordo della battaglia, que ganhou os prêmios Kihlgren, Fregene e
Chianciano. Em 2005, com o romance histórico Il sopravvissuto, conquistou a edição XLIII do prêmio Campiello.
Com Una storia romantica, de 2007,
recebeu o Mondello, e em 2015, com Il
tempo migliore della nostra vita, recebeu o Viareggio e outras premiações,
como o de Seleção Campiello. M, o filho
do século, de 2018, laureado com o prêmio Strega, o mais importante da
literatura italiana, é um best-seller mundial cujos direitos foram adquiridos
para adaptação em série.